TEJO - O rio está intimamente ligado à formação e crescimento da cidade.
TOIROS - A criação de cavalos, de toiros e a sua lide fazem parte desde sempre da vida e costumes locais. Na festa popular anual do colete encarnado, as tertúlias animam-se mais, os toiros são soltos pelas ruas com milhares de espectadores e alguns mais corajosos a toirear e alguns a sentirem a dureza da extremidade dianteira dos animais.
TURISMO - A região de Vila Franca apresenta características diferenciadas. Assim, existe a lezíria na parte esquerda do rio e os mouchões que fazem parte da reserva natural do estuário do Tejo. A parte superior, do lado direito do rio, é mais acidentada, com núcleos populacionais em franco crescimento e onde predomina a pequena agricultura.
CULINÁRIA - Ligada ao rio (sável, linguadinhos, enguias, etc.) e ao campo (galinha, borrego, etc,).
FESTAS RELIGIOSAS - Ligadas aos toiros. A padroeira dos campinos é a Senhora de Alcamé é a padroeira dos campinos tendo uma ermida erguida em sua honra no meio da lezíria.
ARTESANATO - Também ligado à cultura taurina. São trabalhos em chifre, couro, crinas de cavalos, arreios, mantas, meias de campinos e de ceifeiras. Existe também funilaria, tecelagem, cestaria, cerâmica, artes decorativas e artefactos ligados à faina do rio.
FOLCLORE - Intimamente ligado à faina do rio (avieiros originários de Vieira de Leiria e varinos de Ovar e Murtosa) e do campo (campinos e ceifeiras).
HISTÓRIA - o rio desempenhou desde sempre, um papel fundamental na fixação da população na região. São do paleolítico inferior as mais antigas evidências da actividade humana nesta zona. Foram encontrados instrumentos de pedra lascada e conjuntos lícticos. Do final do paleolítico constituem referências os concheiros. Do neolítico chegaram-nos machados de pedra polida. Dos períodos posteriores foram encontradas antas e dolmens e vestígios diversos em grutas.
No fim do segundo milénio e com a utilização de metais, foram construídos castros. Eram sociedades guerreiras que desenvolveram o uso do ferro opuseram-se à ocupação romana. Existem vestígios desta ocupação, nomeadamente estradas (por aqui passava a principal via terrestre de acesso a Olisipo), ânforas, tijolos de colunas, telhas, mosaicos, moedas, lucernas, etc. Vários monumentos funerários também testemunham a presença romana. Contudo, o objecto de maior valor artístico é o sarcófago proveniente do desaparecido convento de Nª.Sª. da Subserra, na Castanheira. Do período pós romano pouco se sabe. Observaram-se migrações germânicas e por aqui passaram os visigodos e os muçulmanos. Destes chegaram até aos nossos dias cerâmica e vestígios das suas construções.
Em 1195, é dado foral a Povos. A designação de Vila Franca de Xira aparece pela primeira vez num documento do século XIV.
Em 1510, Vila Franca e Povos receberam um novo foral. Entre 1810 e 1811 foram construídas, em sigilo, as famosas linhas de Torres Vedras, que se destinavam a defender Lisboa das invasões francesas.
A Vilafrancada, golpe de estado comandado por D. Miguel, em 1823, fez de Vila Franca palco da instauração do liberalismo em Portugal. Em 1856 constituiu-se a Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, desenvolvendo-se a partir daí um capitalismo agrário. Foram construídos ou reconstruídos nessa altura pela nobreza, palacetes e casas solarengas.
Em 1856 é inaugurado o primeiro troço de linha férrea entre Lisboa e o Carregado. Este arrasta inevitavelmente a industrialização nas áreas dos produtos químicos, moagem de cereais, têxteis e cimento. Em 1918 nasce o parque de material aeronáutico. Um movimento cultural e demográfico acontece com esse desenvolvimento.
A construção da ponte Marechal Carmona (1951) e a abertura ao tráfego do troço da auto-estrada entre Lisboa e Vila Franca de Xira (1962) foram determinantes na movimentação de populações e do desenvolvimento da região e do país. Contudo, os primeiros migrantes (varinos) tinham vindo para a região ainda no século XVIII. Eram pescadores provenientes de Ovar, Murtosa e Estarreja. No século passado começaram a chegar os aviários, pescadores provenientes da praia de Vieira de Leiria. Os migrantes da era industrial foram provenientes do Alentejo e das Beiras.
Da cultura vila-franquense fazem parte dois vultos do neo-realismo português, Alves Redol e Soeiro Pereira Gomes, que souberam retratar nos seus livros, com rigor, a dureza e todas as dificuldades da faina da pesca, do campo e do trabalho nas fábricas. Outros autores de Vila Franca: Arquimedes Santos, Garcês da Silva, Júlio Graça, Álvaro Guerra.
No campo da medicina e da história da arte, notabilizou-se Reynaldo dos Santos
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